quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Desembarque datado é mais um ato do desesperado PSDB

O ministro Eliseu Padilha botou fim na novela e comunicou a saída dos tucanos da base de Temer. A história já se arrastava há meses: os tucanos já ameaçaram abandonar o governo ao menos quatro vezes em situações anteriores, com o objetivo de angariar cargos ou dinheiro público, advindas de emendas parlamentares. Agora, seguindo sua vocação de moralista sem moral, anuncia sua saída visando desvincular sua imagem do governo que colocou no poder de forma ilegítima. Visando 2018, o tucanato abandona o barco, após tê-lo ajudado a naufragar.

Temer é possivelmente o presidente com a menor aprovação de toda história. Após assumir o governo de forma ilegítima, se envolveu (juntamente com sua base) em inúmeros casos de corrupção, além de adotar uma política entreguista e a favor das elites. Portanto, é de certa forma compreensível que nenhum partido que queira disputar eleições queira vincular sua imagem a um governo odiado pela população. Mas por motivos óbvios não será possível para o PSDB desassociar sua imagem do monstro que criou.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Pedro Parente e o preço do botijão de gás

O fogo antecede o homem. Da caverna, já podíamos vislumbrar os vulcões ou o fogo produzido pelos raios, em época de tempestades. Usar o fogo para cozinhar os alimentos foi um salto monumental, na história humana. Caçar o javali, retirar o couro, cortar a carne e devorá-la no seu estado cru dava trabalho e consumia energia. Usar o fogo e cozinhar os alimentos ajudou a moldar o nosso cérebro, em tamanho e complexidade, como o temos nos dias de hoje. Dominar o processo de produção do fogo foi, sem dúvida, a maior revolução da nossa espécie. Antes desse domínio, bastava o inimigo apagar a nossa fogueira para provocar um imenso atraso em nossas vidas.

Sem o domínio do fogo não teríamos tido a idade dos metais, uma grande revolução na história da humanidade. O fogo tem a ver com a pólvora. Os motores dos carros, caminhões e navios estão associados ao domínio do fogo ( motores de combustão interna ), assim como as turbinas dos aviões que cortam os nossos céus, transportando, a uma velocidade de 1000 km/h, pessoas e cargas. E aqueles fantásticos carrinhos (robôs) que encontram-se explorando o planeta Marte, nos enviando imagens e informações, também têm a ver com o domínio do fogo, através dos foguetes de lançamento. E, até os foguetes das festas de São João têm a ver com o domínio do fogo.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O total desprezo do governo Temer pelos mais pobres

Nas últimas semanas, duas notícias antagônicas – e aparentemente desconexas – deixaram claro o modus operandi do governo Temer. Enquanto o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciava a segunda queda consecutiva no valor do salário mínimo, a Credit Suisse divulgava estudo apontando um grande aumento no número de milionários. No Brasil pós-golpe o abismo econômico e social só aumenta: ricos se tornam milionários e pobres voltam a ser miseráveis. O atual governo é aristocrático e antidemocrático e convence a classe trabalhadora que só ela deve tomar o remédio amargo em prol do País. Infelizmente, há quem acredite.

Antes de mais nada, é importante destacar que não haveria nada de errado no crescimento do número de abastados, se não fosse acompanhado do aumento da miséria no outro lado do muro. Não existe nada mais vergonhoso para um país que uma desigualdade social tão gritante. E um governo que não faça nada para reduzi-la, e ao contrário, a fomenta, é no mínimo irresponsável e criminoso. Como um Robin Hood às avessas, a distopia temerista tira dos pobres para dar para os ricos.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O CAPITAL IMPRODUTIVO: a maior máquina de produção de desigualdade social no Brasil


Por Aldo João de Sousa - Professor aposentado do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília

Comentário inicial

Parcela expressiva dos dados apresentados neste artigo é baseada na entrevista que o Professor Ladislau Dowbor, economista da PUC de São Paulo, concedeu aos jornalistas Paulo Moreira Leite e Leonardo Attuch, do Portal Brasil247, neste segundo semestre de 2017. A palestra pode ser acessada no canal da TV247 no YouTube, no seguinte link:

https://www.youtube.com/watch?v=CTeoHOBVsII&t=2779s

Todos os erros ou má interpretação sobre o conteúdo da palestra do professor Ladislau Dowbor aos dois jornalistas devem ser debitados na minha conta.
Os dados sobre a pauta nacional, citados no fim deste artigo, nada têm a ver com a entrevista.

A vida do trabalhador sem direitos trabalhistas. Ou: como era boa minha CLT

Foi bom enquanto durou, mas acabou. O último sábado (11) será lembrado por ter marcado o fim de uma era no Brasil: a vigência da Consolidação das Leis do Trabalho. Como todo tempo bom, esses 74 anos deixarão saudade - ao menos para a classe trabalhadora, que via nela uma fonte garantidora de direitos. Quem foi beneficiado pela mudança começa agora a colher os frutos de um movimento político iniciado tão logo o resultado das eleições presidenciais de 2014 foi anunciado. Àquela altura já estava mais do que claro que a “reforma trabalhista”, anunciada como solução para a crise financeira, jamais seria sancionada por Dilma . Era necessário dar um golpe no povo brasileiro em favor de uma elite empresarial.

Se o nascimento da CLT, pelas mãos de Getúlio Vargas, veio como resposta à criação da Justiça do Trabalho em 1939, foi o atual presidente do Tribunal Superior do Trabalho, o ministro Ives Gandra Filho, que melhor sintetizou os motivos de sua morte, em entrevista à Folha de São Paulo: “Vou ter que admitir que, para garantia de emprego, tenho que reduzir um pouquinho, flexibilizar um pouquinho os direitos sociais". Como de costume, o sacrifício para sanar a crise virá da base da pirâmide. Como sabemos, rico não paga conta por aqui. 

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A desigualdade social brasileira

* Por Aldo João - Professor aposentado do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB

Escrevi estas reflexões depois de ver o vídeo do Boulos.



interessante saber quem são os 6 bilionários que concentram a riqueza equivalente a 100 milhões de brasileiros, segundo o relatório Oxfam/2017

Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim).
A riqueza desse clube dos 6 é de 280 bilhões de reais.

Confesso que não é fácil representar a fração 6 dividido por 100 milhões. Representar 6 pessoas em uma multidão de 100 milhões de seres humanos.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A volta da extrema-direita nos ensina como o nazismo foi possível



 No início dos anos 1920, o Partido Nazista alemão era fundado em uma Alemanha arrasada pela Primeira Guerra Mundial, sob os olhares silenciosos das maiores potências europeias. Em 1933, o partido chegou ao poder com um discurso xenofóbico, nacionalista, nativista, antissemita e anticomunista. De chanceler, Hitler passou a ditador e o final da história nós já conhecemos: o holocausto e mais de 50 milhões de mortos, no conflito mais sangrento da humanidade. A ideia de como um partido com ideais tão desumanos pudesse ter emergido em uma sociedade organizada sempre soou absurdo para as gerações mais recentes. No entanto, a perigosa volta da extrema-direita aproxima nossa realidade com o período entreguerras europeu. 

Como bem disse Bertolt Brecht, a cadela do fascismo está sempre no cio. Basta que se crie uma situação favorável e as velhas ideias reacionárias reaparecem em um piscar de olhos. Não há dúvidas de que um novo ciclo fascista se iniciou no velho continente há cerca de quatro anos e desde então vem se fortalecendo e se alastrando para outras potências, como os Estados Unidos. Até a Alemanha que, desde a derrota de Hitler na Segunda Guerra, não havia mais tido representação fascista oficial, viu recentemente o partido de extrema-direita AfD conseguir 90 cadeiras em seu parlamento.

domingo, 5 de novembro de 2017

Dividir para conquistar: A bola fora do PC do B


Divide et impera (dividir para conquistar). Essa frase foi utilizada por Júlio César sobre sua principal estratégia para vencer seus inimigos gauleses. Ao longo da história, essa mesma frase foi dita por outros exímios estrategistas, como Napoleão Bonaparte, que teria dito as mesmas palavras durante as Guerras Napoleônicas (divide ut regnes). Há séculos se sabe que um adversário dividido é um adversário fraco e fácil de ser batido. Pois ignorando essa regra de ouro da estratégia, o PC do B acaba de anunciar Manuela D'Avila como pré-candidata à presidência em 2018. Seguindo o exemplo do PSOL, os comunistas chegam para dividir os votos da esquerda. Agora, serão ao menos 4 candidatos progressistas. A extrema-direita agradece.

O PSOL já tem se mostrado com essa vocação há anos. O partido faz uma oposição ferrenha ao Partido dos Trabalhadores e vem lançando candidaturas próprias para “marcar posição” há muito tempo. Fica claro que estão querendo a todo custo separar sua imagem da do PT, apoiando, inclusive a Operação Lava Jato. Já era de se esperar que o partido anunciasse candidatura própria. Com a desistência de Chico Alencar, o nome deve ficar novamente com Luciana Genro. Postura similar é vista no PSTU, porém com um alcance ainda menor que dos colegas Psolistas.

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