domingo, 10 de setembro de 2017

O antipetismo como propaganda política



Há um ano, Dallagnol chocou o país com seu indefectível PowerPoint de acusação a Lula, acompanhado de convicções e sem nenhuma prova. A entrevista coletiva, que beirou o ridículo, ilustrou características marcantes e basilares da Lava Jato: a parcialidade e o exibicionismo. O caráter político da Operação, que continuou perseguindo petistas e absolvendo tucanos, foi negado com veemência enquanto pode. O autor da fatídica apresentação confirmou recentemente que será um dos candidatos da Lava jato em 2018. O antipetismo era mais que perseguição. Era propaganda política.

Dallagnol, antes de assumir seu interesse em se tornar parte da classe política que tanto critica, já vinha se esforçando ao máximo para tirar vantagens de sua atuação como membro da Lava Jato. O Procurador fez ao menos 12 palestras remuneradas, apenas no ano de 2016, recebendo, por isso, 219 mil reais. Parte dos lucros foi doada a um hospital em Curitiba. O coordenador da Força-Tarefa lançou também um livro intitulado “A Luta Contra a Corrupção”. Como se pode notar, perseguir Lula e o PT, sempre serviu de vitrine para Procurador.

Um colega famoso de Dallagnol também pode ser candidato nas próximas eleições. Carlos Fernando Santos Lima ganhou fama ao criticar Lula diversas vezes em suas redes sociais. Já existe inclusive uma representação contra ele por desvio funcional, pelo teor das postagens em relação ao líder petista.  O procurador é figura fácil em entrevistas coletivas como, por exemplo, a de acusação do famigerado caso do triplex do Guarujá. Carlos, servidor público e candidato, é  ilustração inequívoca da fatuidade da Operação.

Os dois membros da Lava Jato já assumiram o interesse de se candidatarem pelo PODEMOS, partido de Álvaro Dias. Provavelmente serão candidatos ao Senado, pelo Estado do Paraná, onde concorrerão, entre outros candidatos, com a Senadora Gleisi Hoffmann. A propaganda antipetista lhes servirá como uma luva. Esperamos, apenas, que isso enterre, de forma definitiva, o discurso de que a Lava Jato não é política ou parcial. E que os cidadãos percebam este embuste patrocinado e institucionalizado pelo próprio Estado.

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Um comentário:

  1. Álvaro Dias se livrou de todas as acusações que pesavam sobre ele. Foi ajudado diretamente pelos três?

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