segunda-feira, 16 de abril de 2018

A Intoxicação Midiática


O debate sobre Mídia, Política e Sociedade ocupa um destaque muito importante na atualidade, obviamente tem lugar privilegiado na pauta de muitos pesquisadores sobre o assunto, acerca de refletir com maior profundidade no que diz respeito á informação e a mídia na sociedade contemporânea, incidindo significativamente nos processos sociais, culturais e políticos.


A opinião pública é um fenômeno humano de caráter social, cuja difícil abordagem pode ser em parte explicada pelas influências que sofre do meio externo, entre elas, da cultura, da educação e do grupo em que se está inserido. Mas, além disso, esse fenômeno é mediado por uma escolha de caráter individual onde o indivíduo opina segundo suas crenças, suas posições sociais e seus interesses.

Desde Aristóteles a “opinião pública” sempre teve importância fundamental para a política, chegando mesmo a ter papel decisivo para a evolução da experiência democrática, firmando-se em nosso tempo como uma meta a ser atingida pela propaganda política.

A opinião pública é um espaço de disputa ideológica em que veículos de comunicação como revistas, jornais, rádio, televisão, internet e cinema, exercem toda sua capacidade estratégica na divulgação e difusão dos fatos revestidos de imparcialidade e de independência, por um lado e, secretamente, revestidos de opinião ideológica, e interesses econômicos por outro.

Formar ou influir na formação de uma opinião pública favorável a um determinado interesse político, econômico ou religioso, é uma questão sobre a qual não pesam mais dúvidas, como sendo objetos explícitos ou não dos grandes conglomerados da comunicação no Brasil e no mundo, e isso, porque “a opinião é para o público o que a alma é para o corpo: um conjunto de julgamentos sobre problemas atuais aos qual grande parte dos membros da comunidade adere”.

Neste contexto do discurso político, entende-se que a opinião pública, deve estar prioritariamente no campo de dizer a verdade principalmente como técnica de governamentabilidade da relação consigo, é o campo de disputa em uma sociedade e, muitas vezes, não se usa a verdade. Há uma política fomentada pelo ódio paranóico, com desprezo total pelo ex- Presidente Lula, razão pela qual, Lula e o PT representam uma política de inclusão social e valorização dos salários, bem como um Estado forte. Cenas absurdas e comportamentos animalescos que beiram ao fascismo foram vistas e lamentavelmente aplaudidas por seguidores desprovidos de consciência política. Não foi só no sul do país que tamanha bestialidade se vê, hoje, prosear sobre política é um desafio e se tornam casos de altas tensões em churrascos de família, até mesmo amizades são desfeitas nas redes sociais e em lugares comuns, como no trabalho.

É claro, ninguém nunca vai concordar em todos os assuntos, principalmente quando se trata de política, mas é fundamental e salutar ter o respeito sobre as posições divergentes. Contudo, percebe-se (como as cenas ocorridas no Sul do país de ataques à Caravana Lula pelo Sul do Brasil) que tamanho comportamento animalesco é fruto de uma “intoxicação midiática fascista” carregada de ódio, fomentada e cultivada por uma mídia de índole duvidosa. Destaque-se o ódio estampado na face dos proprietários de terras com o chicote em punho, não reconhecendo o direito à livre manifestação de “seus irmãos e irmãs”.

Chicotearam mulheres, homens, crianças e idosos, que foram estupidamente agredidas verbal e fisicamente. Lamentavelmente as agressões não pararam no chicote e nas agressões verbais, no município de Quedas do Iguaçu com destino a Laranjeiras do Sul, região central do Estado do Paraná, um ônibus foi atingido por tiros a fim de ferir ou aniquilar a vida de quem acompanhava a caravana. Não restam dúvidas, que o ódio e a violência vêm de cada um que tem no seu ser a ideia de que é pela agressão física, e pela competição que se vive a vida, ideia está produzida pela “intoxicação midiática” sendo mais uma etapa do golpe, à título de tirar Lula da disputa eleitoral, tornando-o invisível. Esse tipo de violência nasce de verborragia demoníaca e simbólica, sendo uma das estratégias da direita e de grupos de mídias associados ao golpe, como Folha de São Paulo, Grupo Abril, Organizações Globo e tantas páginas de internet exclusivamente para pregar o ódio às diferenças.

A disputa que está na sociedade não é simplesmente a figura do ex- presidente Lula, mas qual o projeto político de Estado Nação que Lula, O Partido dos Trabalhadores e uma boa parte das esquerdas representam para o país, o sentido de “criminalizar Lula e as esquerdas” perpassa que o projeto de inclusão social, Estado forte, valorização dos salários e a liberdade de expressão, dentre outros, precisam ser aniquilados e banidos de estarem representados nos ‘urnas’. Eis que a direita toma mão do ódio canalizado por uma mídia produtora do fascismo bem à lá tupiniquim.

Revisitando a história, a fascismo é sem dúvida uma idiotice, tanto quanto ter um chicote em mãos, obviamente é uma idiotice que em hipótese alguma deve ser subestimada, alguém dúvida para onde estamos caminhando?

Cabe a todo progressista conhecedor desta História e dos seus males, o incansável papel de denunciar o caminho que estamos trilhando. Todavia, não basta só denunciar, é insuficiente, mas se contrapor ao “fascismo midiático” apoiando as mídias alternativas que incansavelmente se contrapõe a uma mídia hegemônica e corporativa, que está comprometida com os “interesses do capital” que faz uso da retórica fascista. Não se pode perder no horizonte a importância da reforma dos meios de comunicação, mas até lá, há um grande caminho a ser percorrido, exigir Lula Livre e pelo direito de se candidatar.

Pela vida pela paz, fascismo nunca mais!





























*Anderson Pirota
É bacharel em Sociologia e Política e pós graduado em Mídia, Política e Sociedade pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP.
Mestrando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

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