O debate sobre Mídia, Política e
Sociedade ocupa um destaque muito importante na atualidade, obviamente tem
lugar privilegiado na pauta de muitos pesquisadores sobre o assunto, acerca de
refletir com maior profundidade no que diz respeito á informação e a mídia na
sociedade contemporânea, incidindo significativamente nos processos sociais,
culturais e políticos.
A opinião pública é um fenômeno humano de caráter social,
cuja difícil abordagem pode ser em parte explicada pelas influências que sofre
do meio externo, entre elas, da cultura, da educação e do grupo em que se está
inserido. Mas, além disso, esse fenômeno é mediado por uma escolha de caráter
individual onde o indivíduo opina segundo suas crenças, suas posições sociais e
seus interesses.
Desde Aristóteles a “opinião pública” sempre teve
importância fundamental para a política, chegando mesmo a ter papel decisivo
para a evolução da experiência democrática, firmando-se em nosso tempo como uma
meta a ser atingida pela propaganda política.
A opinião pública é um espaço de disputa ideológica em que
veículos de comunicação como revistas, jornais, rádio, televisão, internet e
cinema, exercem toda sua capacidade estratégica na divulgação e difusão dos
fatos revestidos de imparcialidade e de independência, por um lado e,
secretamente, revestidos de opinião ideológica, e interesses econômicos por
outro.
Formar ou influir na formação de uma opinião pública
favorável a um determinado interesse político, econômico ou religioso, é uma questão
sobre a qual não pesam mais dúvidas, como sendo objetos explícitos ou não dos
grandes conglomerados da comunicação no Brasil e no mundo, e isso, porque “a
opinião é para o público o que a alma é para o corpo: um conjunto de
julgamentos sobre problemas atuais aos qual grande parte dos membros da
comunidade adere”.
Neste contexto do discurso político, entende-se que a
opinião pública, deve estar prioritariamente no campo de dizer a verdade
principalmente como técnica de governamentabilidade da relação consigo, é o
campo de disputa em uma sociedade e, muitas vezes, não se usa a verdade. Há uma
política fomentada pelo ódio paranóico, com desprezo total pelo ex- Presidente
Lula, razão pela qual, Lula e o PT representam uma política de inclusão social
e valorização dos salários, bem como um Estado forte. Cenas absurdas e
comportamentos animalescos que beiram ao fascismo foram vistas e lamentavelmente
aplaudidas por seguidores desprovidos de consciência política. Não foi só no
sul do país que tamanha bestialidade se vê, hoje, prosear sobre política é um desafio e se tornam casos de altas
tensões em churrascos de família, até mesmo amizades são desfeitas nas redes
sociais e em lugares comuns, como no trabalho.
É claro, ninguém nunca vai concordar em todos
os assuntos, principalmente quando se trata de política, mas é fundamental e
salutar ter o respeito sobre as posições divergentes. Contudo, percebe-se (como
as cenas ocorridas no Sul do país de ataques à Caravana Lula pelo Sul do
Brasil) que tamanho comportamento animalesco é fruto de uma “intoxicação
midiática fascista” carregada de ódio, fomentada e cultivada por uma mídia de
índole duvidosa. Destaque-se o ódio estampado na face dos proprietários de
terras com o chicote em punho, não reconhecendo o direito à livre manifestação
de “seus irmãos e irmãs”.
Chicotearam mulheres, homens, crianças e
idosos, que foram estupidamente agredidas verbal e fisicamente. Lamentavelmente
as agressões não pararam no chicote e nas agressões verbais, no município de
Quedas do Iguaçu com destino a Laranjeiras do Sul, região central do Estado do
Paraná, um ônibus foi atingido por tiros a fim de ferir ou aniquilar a vida de
quem acompanhava a caravana. Não restam dúvidas, que o ódio e a violência vêm
de cada um que tem no seu ser a ideia de que é pela agressão física, e pela
competição que se vive a vida, ideia está produzida pela “intoxicação
midiática” sendo mais uma etapa do golpe, à título de tirar Lula da disputa
eleitoral, tornando-o invisível. Esse tipo de violência nasce de verborragia
demoníaca e simbólica, sendo uma das estratégias da direita e de grupos de
mídias associados ao golpe, como Folha de São Paulo, Grupo Abril, Organizações
Globo e tantas páginas de internet exclusivamente para pregar o ódio às
diferenças.
A disputa que está na sociedade não é
simplesmente a figura do ex- presidente Lula, mas qual o projeto político de
Estado Nação que Lula, O Partido dos Trabalhadores e uma boa parte das
esquerdas representam para o país, o sentido de “criminalizar Lula e as
esquerdas” perpassa que o projeto de inclusão social, Estado forte, valorização
dos salários e a liberdade de expressão, dentre outros, precisam ser
aniquilados e banidos de estarem representados nos ‘urnas’. Eis que a direita
toma mão do ódio canalizado por uma mídia produtora do fascismo bem à lá
tupiniquim.
Revisitando a história, a fascismo é sem
dúvida uma idiotice, tanto quanto ter um chicote em mãos, obviamente é uma
idiotice que em hipótese alguma deve ser subestimada, alguém dúvida para onde
estamos caminhando?
Cabe a todo progressista conhecedor desta
História e dos seus males, o incansável papel de denunciar o caminho que
estamos trilhando. Todavia, não basta só denunciar, é insuficiente, mas se
contrapor ao “fascismo midiático” apoiando as mídias alternativas que
incansavelmente se contrapõe a uma mídia hegemônica e corporativa, que está
comprometida com os “interesses do capital” que faz uso da retórica fascista.
Não se pode perder no horizonte a importância da reforma dos meios de
comunicação, mas até lá, há um grande caminho a ser percorrido, exigir Lula
Livre e pelo direito de se candidatar.
Pela vida pela paz, fascismo nunca mais!
*Anderson Pirota
É bacharel em Sociologia e Política e pós graduado em Mídia, Política e Sociedade pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP.
Mestrando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
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