O ministro Eliseu Padilha botou fim
na novela e comunicou a saída dos tucanos da base de Temer. A história já se
arrastava há meses: os tucanos já ameaçaram abandonar o governo ao menos quatro
vezes em situações anteriores, com o objetivo de angariar cargos ou dinheiro
público, advindas de emendas parlamentares. Agora, seguindo sua vocação de
moralista sem moral, anuncia sua saída visando desvincular sua imagem do
governo que colocou no poder de forma ilegítima. Visando 2018, o tucanato
abandona o barco, após tê-lo ajudado a naufragar.
Temer é possivelmente o presidente
com a menor aprovação de toda história. Após assumir o governo de forma
ilegítima, se envolveu (juntamente com sua base) em inúmeros casos de
corrupção, além de adotar uma política entreguista e a favor das elites.
Portanto, é de certa forma compreensível que nenhum partido que queira disputar
eleições queira vincular sua imagem a um governo odiado pela população. Mas por
motivos óbvios não será possível para o PSDB desassociar sua imagem do monstro
que criou.
Temer só chegou ao poder graças ao
seu aliado mais poderoso. O golpe foi orquestrado nos bastidores pelo PSDB que,
ao não aceitar a derrota nas eleições, travou a pauta no congresso, impedido
Dilma de governar. Ademais foi do Partido que saíram os 45 mil reais que
remuneraram a advogada Janaína Pascoal para realizar a peça do impeachment que
acabou por depor a presidenta eleita democraticamente sob a frágil escusa de
“pedaladas fiscais”. A reforma trabalhista, previdenciária e o leilão do
Pré-Sal eram propostas tucanas, recusadas 4 vezes seguidas nas urnas e
implementadas por meio do governo ilegítimo, do qual sempre fizeram parte.
Quando Fernando Henrique pediu a
saída de todos os ministros em novembro de 2016, o partido ganhou a Secretaria
de Governo, com Antonio Imbassahy. Nas duas denúncias contra Temer ganhou
milhões provenientes de emendas liberadas pelo Planalto. Em outra ameaça
inócua, Aécio ganhou o apoio do PMDB nas denúncias contra si no Senado. Como os
tucanos costumam dizer, não existe almoço grátis, sobretudo em governo
golpista. Agora o governo Temer parece não ter mais nada a oferecer além de uma
imagem ruim que pode reverberar nas próximas eleições, que se aproximam a cada
dia.
Fica mais do que claro que a saída
anunciada por Padilha, não possui qualquer ligação com ética ou princípios do
estatuto do partido. Caso fosse assim, teriam debandado logo na primeira
denúncia contra Temer, ou mesmo na divulgação das gravações de Joesley Batista.
Se bem que cogitar ações pautadas pela ética do PSDB não tem sido algo muito
sensato. Afinal o partido ainda tem entre seus nomes mais influentes o do
Senador Aécio Neves. O interesse é tentar no desespero e de forma
estabanada recuperar um pouco da imagem já tão abalada. Que as urnas julguem as
ações deste partido.
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