Hitler tinha um ódio patológico
de comunistas. Em seu livro Mein Kampf, escrito
na cadeia, anos antes de chegar ao poder, ele já propagava o ódio contra o
comunismo, uma ideologia tão perigosa quanto o judaísmo em si, segundo ele. Anos
depois, Hitler violou o pacto de não agressão contra a URSS e iniciou o período
mais sangrento da II Guerra Mundial europeia. Desde então, os ideais marxistas
têm sido uma obsessão para o discurso fascista, que, ente idas e vindas, ganhou
terreno no Brasil nos últimos anos. Nesse discurso, comunista é bandido.
Bandido bom é bandido morto. Nesse ponto não estamos tão longe da Alemanha do período
entreguerras. O assassinato de Marielle
Franco – e algumas reações populares - nos prova isso.
O fascismo se inicia muito antes de ocorrer uma tragédia
como a de Marielle. Uma ideia repetida à exaustão– bandido bom é bandido morto –
conquista, aos poucos, espaço no imaginário popular, até se tornar uma verdade,
não apenas para os inofensivos militantes virtuais de candidatos fascistas, mas,
por exemplo, por agentes de segurança pública. O conceito da morte como
solucionadora única da ameaça da família e sociedade passa a ser admitida no
espaço público, e o discurso de ódio passa a ser banalizado.
A situação piora quando o próprio termo “bandido” é
relativizado e direcionado de acordo com a comodidade do fascista que profere o
discurso. O malfeitor – que merece a morte - nunca é o traficante de classe média ou o
empresário sonegador de impostos. A
estes a absolvição. O inimigo da sociedade é o marginal negro e periférico, o estereótipo
classista e racista de ladrão, a quem todo o ódio é direcionado a bem de deus,
da pátria e da família. Quem ousar levantar dúvidas é comunista, esquerdista,
defensor de bandido. E aos olhos do fascista merece o mesmo tratamento.
Marielle Franco, negra e periférica, nunca foi bandida, em
nenhuma acepção da palavra. A vereadora foi brutalmente assassinada, por quem
devia protegê-la, por ser de esquerda, por defender os direitos humanos e por lutar
contra os abusos de uma polícia corrupta e violenta. Ela foi o primeiro cadáver
– com repercussão, fique claro – da intervenção militar de Temer. Nas redes
sociais houve comemoração da militância fascista e tudo isso foi considerado normal.
E assim, diante de nossos olhos, de tragédia em tragédia, vemos a história se
repetir.
Perfeito seu artigo, infelizmente o fascismo está crescendo, estimulado até por pessoas próximas de nós.. amigos, vizinhos, colegas. é preciso combatê-lo sem trégua e já!
ResponderExcluiré verdade, companheira. Infelizmente
ExcluirCaro, Guilherme. Parabéns pelo texto e pelo contexto. A brutalidade como a jovem Marielle Franco foi assassinada, é preocupante. Desde o golpe de 2016 que a inversão de valores e a subversão de classes vem sendo fortemente vista, e o nosso povo sofre com manipulação de todas as espécies. Triste ver o fascismo se instaurando revestido uma sobrepelica enganadora. Triste ver praticamente todos os veículos de comunicação propagando o ódio e disseminando a injustiça. Lamentável ver apoiadores da Ditadura Militar com discurso de ódio sendo aplaudido pela grande massa e pleiteando o cargo mais alto de uma Nação, e o pior, tendo aceitação. Lamento, preocupo-me e tento ter esperança em dias de paz e na restituição da nossa jovem democracia. Só temos um nome, só temos uma pessoa que faria isso. Só temos aquele que inocentemente está prestes a virar o Grande Mártir e precussor da derrocada e desse processo tão doloroso de transição política e social que estamos vivendo. Viva Marielle Franco, viva Luís Inácio Lula da Silva.
ResponderExcluirObrigado, companheiro! Estamos juntos na luta
ExcluirA esquerda fascista e comunista a devorar-se entre si.. que lindo espectáculo!
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