Nas últimas semanas, duas
notícias antagônicas – e aparentemente desconexas – deixaram claro o modus operandi do governo Temer. Enquanto
o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciava a segunda queda
consecutiva no valor do salário mínimo, a Credit Suisse divulgava estudo apontando
um grande aumento no número de milionários. No Brasil pós-golpe o abismo econômico
e social só aumenta: ricos se tornam milionários e pobres voltam a ser
miseráveis. O atual governo é aristocrático e antidemocrático e convence a
classe trabalhadora que só ela deve tomar o remédio amargo em prol do País. Infelizmente,
há quem acredite.
Antes de mais nada, é importante
destacar que não haveria nada de errado no crescimento do número de abastados, se
não fosse acompanhado do aumento da miséria no outro lado do muro. Não existe
nada mais vergonhoso para um país que uma desigualdade social tão gritante. E um
governo que não faça nada para reduzi-la, e ao contrário, a fomenta, é no
mínimo irresponsável e criminoso. Como um Robin Hood às avessas, a distopia
temerista tira dos pobres para dar para os ricos.
Vamos analisar esse paradoxo. O
Banco Mundial divulgou que o Brasil terá entre 2,5 e 3,6 milhões de novos
pobres apenas em 2017. Enquanto isso, a Credit Suiss, divulgou que o número de
milionários no país aumentou em 10 mil apenas em 2016 e que o número total de
milionários brasileiros deve aumentar em 81% nos próximos 5 anos. Para entender
como a crise escolhe lado, basta analisar as condutas adotadas pelo governo.
Para melhorar os indicadores econômicos,
Temer tomou algumas medidas: reduziu o salário mínimo, cortou em até 98% alguns
programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, acabou com o Farmácia Popular,
congelou os investimentos em saúde e educação por 20 anos e trabalhou duro na
aprovação da reforma trabalhista. O governo ainda aumentou o preço de itens
indispensáveis, como o gás de cozinha, a luz e a gasolina. Essas medidas
afetaram diretamente as classes menos favorecidas da população, que tiveram
seus orçamentos diretamente comprometidos. Mais dinheiro no caixa do governo,
significou mais miséria para a população de baixa renda.
Por outro lado, a austeridade não
foi a mesma no topo da pirâmide econômica. Por pressão dos milionários do
agronegócio, o governo perdoou as dívidas de ruralistas na casa dos 10 bilhões.
Temer ainda concedeu benefício fiscal a empresários no Refis. O perdão de juros
e encargos de dívidas com empresários, estados e municípios deve chegar a 78 bilhões.
Temer não ousou taxar as grandes
fortunas e sancionou aumento a carreiras já bem remuneradas do serviço público.
As reformas de Temer só atendem ao empregador e prejudicam o empregado. Agora
os números começam a fazer sentido.
O governo Temer é um governo de
ricos para os ricos. Austeridade só existe para as classes menos favorecidas: uma
aristocracia no sentido estrito. O
governo despreza completamente a parte da população que mais necessita de ações
afirmativas, até porque não foi eleito e não se sente responsável pela
população. Temer é uma marionete do mercado que balança no Planalto. E o Brasil
volta a ser dividido em duas realidades opostas e longínquas, como foi na era
do tucanato.
Lamentável ver em pleno Séc. XXI o Brasil retroceder ao Colonialismo. Era sabido que o golpe que a tão jovem democracia brasileira sofreu traria consequências amargas aos menos favorecidos que deixaram de ter representatividade. O (des)governo do vampirismo temerista é um sistema de casta com cartas marcadas e objetivos elitistas muito bem definidos, com seus peões "muito bem posicionados" em nossa República. A ilegitimidade do ex-interino o faz agir despudoradamente. Enquanto isso, como bem colocado no texto, a desigualdade social vai aumentando e tende a aumentar cada vez mais; o salário mínimo que é uma vergonha Nacional, conseguiu ser ainda mais vergonhoso: "ricos cada vez mais ricos, pobres cada vez mais pobres."
ResponderExcluirExatamente isso, companheiro! É lamentável.... um forte abraço!
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