(Texto baseado no artigo de Lilian Milena e dados de
Onofre Portella em Luiz Nassif - 25/dez/2017)
A
previdência do setor privado no Brasil, chamada de RGPS - regime geral da
previdência social
tem 33,4
milhões de aposentados e pensionistas ( 1 em cada 7 brasileiros). Esses 33,4
milhões de brasileiros receberam, em 2016, 508 bilhões, tendo como fonte um
sistema de financiamento tripartite, formado pelo estado, empregadores e
trabalhadores.
Esses 508
bilhões são da mesma ordem da sonegação de impostos ( estimada em 500 bilhões
por auditores ) ou da mesma ordem do que o governo pagou, em 2016, em juros da
dívida pública. O pagamento de juros, em 2016, foi de 407 bilhões.
Reduzindo a
taxa de juros reais, esses bilhões pagos em juros da dívida, despenca. Basta
remunerar os títulos da dívida em taxas semelhantes às da Europa ou EUA, ou
seja, na faixa de 0,5 a 0,7%. ao ano. Aqui no Brasil o governo dos agiotas está
pagando cerca de 6 vezes mais, quando olhamos para a Selic e descontamos a
inflação.
E já foi
muito, muito pior!
A sonegação
é de fácil entendimento. O empresário cobra o imposto, tem a obrigação de
repassar para o setor público e não repassa. Embolsa.É roubo
Sonegômetro
é o aparelho que mede esse tipo de atividade ilícita.
A dívida
com a previdência é da ordem de 420 bilhões.
Será que
40% do PIB de 6 trilhões, ou seja, cerca de 2,4trilhões de carga tributária,
exibida aos quatro cantos com o codinome de impostômetro é, de fato,
exageradamente elevada?
Os
beneficiários do INSS recebem, em média, incluindo o décimo terceiro, 15mil
reais/ano.
Em 1 ano!
Os
servidores públicos, aposentados e pensionistas são 989 mil e receberam, em 2016, 110 bilhões.
Os servidores públicos receberam em 2016, em
média, 100mil/ano.
Se for
beneficiário do judiciário, pode ter chegado a 400mil/ano, em 2016.
Observação:
o sistema de financiamento do INSS e dos servidores públicos é diferente.
A receita
líquida do RGPS foi de 358,1bilhões. O pagamento dos benefícios foi de 508
bilhões.
Faltaria, em tese, para fechar as contas do
INSS, 148,7bilhões.
Aqui está o
pulo do gato:
O governo,
no seu discurso, fala em um déficit, com esses números de 2016, no valor de
148,7bilhões.
Acontece
que a Seguridade Social Brasileira, onde a Previdência é um dos seus braços tem
ainda, como fontes de financiamento, conforme estabelecido na Constituição
Federal de 1988 receitas das seguintes fontes complementares:
PIS/Pasep,
Cofins, loterias e CSLL - contribuição social sobre lucro líquido. Em 2016 a
Cofins arrecadou 208,3 bilhões e a CSLL 69,5 bilhões. Uma receita de 358,1
bilhões, somada com as receitas da Cofins e da CSLL dá um total de 635,9
bilhões. Se a receita é de 635,9 bilhões e o pagamento de benefícios é de 508
bilhões, ao invés de déficit temos, de fato, um superávit de 127,9 bilhões.
A Cofins e
a CSLL não estão entrando nas contas da
Seguridade Social desde a década de 90, quando o governo brasileiro começou a
flertar com o neoliberalismo.
Incluindo
essas contribuições, não existe déficit.
Veja o que
é a DRU - desvinculação das receitas da união. Na prática, a DRU aumenta a
flexibilidade para que o governo use parte dos recursos do orçamento com
despesas que considerar mais importantes. Essa autorização deixa livre o uso de
30% de receitas que são “engessadas”, destinadas a despesas específicas.
Ao invés de
usar as receitas complementares da Seguridade Social, paga-se juros da dívida
pública, com taxas exorbitantes.
Conclusão
Uma reforma
dessa complexidade, que atinge Direitos Fundamentais de parcela tão expressiva
de brasileiros, não pode passar por transformações tão profundas, a toque de
caixa,baseadas em propagandas enganosas, como uma delas que diz que e a reforma
proposta acaba com as desigualdades na previdência.
Mesmo publicando aqui, Professor Aldo João, ainda insisto que também deve sair na página web da UnB! Qual sua opinião, Guilherme?
ResponderExcluirSerá que é porque aqui tem retrato?
ResponderExcluirEu acho que sim! Quanto mais divulgarmos melhor. Alguns dos textos aqui estao em outros portais. Esse texto especificamente é caso de utilidade pública
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