
Apesar de seu partido, Roberto Requião é um parlamentar
engajado, combativo e sempre coerente com os ideais de esquerda. O senador se
manifestou incisivamente contra o impeachment de Dilma
Rousseff (criticando o próprio partido), foi contra a reforma trabalhista, a
PEC do teto e é contra a reforma da previdência. Requião, assim como Lula,
defende o referendo revogatório, para que todas as medidas caçadoras de
direitos de Temer possam ser anuladas na próxima gestão, com a anuência do
povo. Requião possui ainda uma vasta experiência administrativa: foi governador
por três mandatos no Paraná e prefeito de Curitiba, além de seus sucessivos
mandatos no legislativo. A força de seu nome é indiscutível.
Existe uma natural postura defensiva, por parte da militância,
frente a uma nova aliança com o PMDB logo após o golpe que culminou na
deposição de Dilma. É compreensível, mas é preciso ficar claro que, se o PT
decidir por não mais fazer determinadas alianças, ele passa a ser um partido
pequeno, pouco competitivo, sem chances de voltar ao Planalto. Exemplos de
partidos assim não faltam. Alguns deles, acabam se apequenando ao se ocuparem
de fazer oposição a própria esquerda, funcionando como uma autêntica quinta
coluna. Ademais, precisamos lembrar que outros quatro partidos progressistas,
por motivos diferentes, já haviam anunciado candidaturas próprias, recusando,
dessa forma, uma aliança mais próxima com o PT.
A vitória da esquerda agora tem uma importância histórica, pois
somente vencendo o pleito será possível barrar a onda conservadora que se
alastra cada vez mais em nossa política, revogar as medidas absurdas de Temer e
não deixar o golpe se legitimar nas urnas. Alianças, ainda que por alguns
aspectos indesejáveis, mais do que nunca são necessárias. Lula ainda enfrentará
um longo caminho na justiça antes de chegar às urnas, devido ao lawfare e
perseguição política da qual é vítima há anos. Ninguém conhece melhor as
chances do PT que Lula, não vamos duvidar de suas escolhas. Se não for a
esquerda no poder sabemos bem o que virá. Mantenhamo-nos unidos!
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