O vocábulo “mito”, na língua
portuguesa, pode assumir diversos significados, de acordo com o contexto em que
seja utilizado. A palavra pode denotar heroísmo, como quiseram os eleitores de
Jair Bolsonaro, ao apelidá-lo assim nas redes sociais por, supostamente,
possuir características únicas entre os políticos, como, por exemplo, a
honestidade. No entanto, a suposta lisura do deputado carioca tem sido
frequentemente colocada em xeque, em casos de polêmica utilização de recursos
públicos. Para os leitores atentos à política (e à nossa língua-mãe) fica claro
que, para utilizar os termos “mito”, “Bolsonaro” e “moralidade” na mesma frase,
é melhor utilizar outros sentidos possíveis para a palavra, como inverdade ou
utopia.
Conforme demonstrado em recente
levantamento realizado pela Folha de São Paulo, Bolsonaro entrou na política
possuindo (ou declarando) apenas um carro popular e dois lotes com valores
irrisórios. Hoje, possui, juntamente com seus filhos, um valor patrimonial de
pelo menos R$ 15 milhões, distribuídos em 13 imóveis localizados, em sua
maioria, na cidade do Rio de Janeiro/RJ. O valor não incluiria outros bens,
como por exemplo, seus veículos, que chegam ao valor de R$ 105 mil, um jet-ski
e aplicações que ultrapassam R$ 1,5 milhão.
O mais curioso é que o patrimônio teria sido construído apenas com os
vencimentos provenientes do serviço público, subsídio e soldo, que somados não chegam
a R$ 30 mil líquidos.
Para efeito de comparação, os valores atuais dos imóveis citados
representariam o valor de aproximadamente 15 apartamentos no Guarujá, iguais
àquele que gerou uma sentença condenatória, proferida por Moro a Lula, ainda
que nenhuma prova tenha sido apresentada. Embora também possua imóveis em Brasília,
Bolsonaro recebe o auxílio-moradia da Câmara dos Deputados, no valor de R$
6.167. Diferentemente de algumas garantias constitucionais, como as imunidades,
que são irrenunciáveis, o auxílio pode ser recusado pelos congressistas que
possuem imóvel. É uma questão de moralidade.
A “caça aos corruptos” sempre foi um pano de fundo para uma
campanha que possui como principais motes o preconceito e o fascismo. A imagem
do candidato não deve sair tão arranhada perante seu eleitorado, se Bolsonaro
continuar a repetir seus bordões racistas, sexistas e de apologia à ditadura
militar e à tortura. Afinal, nem mesmo a condenação por apologia ao estupro e a
comprovação de recebimento de verbas da JBS impediram seus eleitores de
chamá-lo de mito. Mas, ao menos ao ouvirmos essa expressão, agora saberemos que
significado devemos lhe atribuir.
Vamos todos com Bolsonaro! Jornalismo esquerdopata cada vez mais vai perdendo sua credibilidade com afirmações que tendem a denigrir a imagem daquele em que o Brasil precisa como presidente!
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