terça-feira, 20 de junho de 2017

O Gulag pessoal de Temer





Michel Temer parece viver definitivamente no passado. Promove retrocessos sociais, possui uma visão obsoleta da economia e já chegou a chamar o Real de Cruzeiro, moeda extinta há 24 anos. Nessa semana, anunciou oficialmente missão à “República Socialista Federativa Soviética da Rússia”, trocando o nome do país de Putin pela finada nação soviética de décadas atrás. Melhor seria ter cancelado a viagem. Em território russo, o Presidente já recebeu mais notícias ruins do que os generais que ignoraram o inverno moscovita. Viver no passado não salvará o presente do presidente golpista.


Apesar de agendar encontro para quarta-feira, Putin não recebeu Temer no aeroporto. Aparentemente, o Chefe de Estado russo, assim como a maior parte dos brasileiros, não vê tanta legitimidade em Michel para ocupar o maior posto da República brasileira. Quem o recebeu foi o vice-ministro de Relações Exteriores, um cargo diminuto para a ocasião. Ano passado, na cúpula dos Brics, em Goa, Índia, Putin já havia se negado a recebê-lo, mesmo após se encontrar com cada um dos representantes dos países membros. Ter um presidente ilegítimo é um fardo para as relações internacionais do país e uma vergonha para nossa população.




Se falta legitimidade, sobram indícios de corrupção. Em seu primeiro dia na Rússia, o presidente soube que o relatório da Polícia Federal, enviado ao STF, indica evidências “com vigor” do crime de corrupção passiva, por recebimento de vantagens indevidas, por intermédio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures. Ele não conseguiu se safar dessa. Temer, que é ex-procurador do Estado de São Paulo e foi professor de Direito Constitucional se limitou a dizer que não faria “juízo jurídico”. Ainda no primeiro dia, o presidente golpista recebeu a notícia que a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitou parecer da reforma trabalhista. A coisa ficou russa!


O governo do PMDB, assim como em um jogo de roleta russa, parece contar com a sorte. Cada vez com menos legitimidade, Temer está tão isolado quanto um prisioneiro em um antigo Gulag na Sibéria.  Um cadáver que insiste em sangrar lentamente até o fim, sem optar pela dignidade da renúncia. Se o antiquado presidente vive com a cabeça no fim da década de 1990, ele precisa entender que nesta guerra Fria ele já foi derrotado. E que venha o futuro pelas mãos do povo.

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