Não há nada mais natural que o apoio dos mais ricos às
pautas alinhadas à direita. Foi essa parcela da população, majoritariamente sem
consciência de classe, que se beneficiou com a deposição de Dilma e com as
reformas plutocratas impostas por este governo ilegítimo. Mas ironicamente, parte
da população menos abastada, que sempre se beneficiou diretamente das políticas
públicas implementadas no governo anterior, fazem coro ao discurso de ódio à
esquerda e defesa de agendas elitistas. No país do contrário, a luta é pelo lucro
do patrão.
O pobre de direita é um exemplo clássico de uso de
instrumentos midiáticos para manipulação das massas. Apoiou o golpe contra
Dilma, acreditando que protestava contra a corrupção; protestou a favor da
reforma trabalhista, sem perceber que eram seus direitos que estavam sendo
cassados; apoia a perseguição que sofre Lula, o presidente que mais distribuiu
renda na história. Ao consumir informação sem fazer um juízo crítico, essas
pessoas não se dão conta de que são exatamente os maiores prejudicados pelas
situações que apoiam. Gado que caminha feliz para o abatedouro.
Não podemos afirmar que o pobre de direita é mal-intencionado.
Ele apenas atende cegamente o chamado de grupos que os utilizam como
massa-de-manobra. A Globo, cujos donos são milionários e os anunciantes são as
maiores empresas do Brasil, determina quem eles devem odiar. O MBL, patrocinado
por partidos de direita, agendam a manifestação e a hora de bater panela. E
assim a pseudo-politização apoiada no ódio à esquerda está completa. Está
valendo endeusar Moro e sua condenação sem provas contra Lula. Só não pode
protestar contra Temer ou Aécio.
Recentemente, o governo golpista anunciou uma suposta
melhora na economia. Na mesma semana foi noticiado que o fantasma da fome
voltava a assolar o Brasil. O conceito de recuperação econômica para esse
governo não inclui melhora da qualidade de vida dos menos favorecidos pelo
sistema. Mas, para esse grupo, a luta continua na contramão da lógica. Os ricos
agradecem.
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