As Organizações Globo têm uma
longa influência em nossa história. Apoiou expressamente o golpe militar e a
ditadura, enquanto lhe foi conveniente. Editou o debate de Lula e Collor em
1989, influenciando o resultado daquelas eleições. Liderou a mídia no
linchamento público, que culminou com a deposição de Dilma Rousseff, entre
outras intervenções pouco louváveis. Mas, agora, a Globo aderiu expressamente ao
“fora Temer”, concordando parcialmente com o clamor popular. E o que ela
pretende com isso é preocupante. E nada democrático.
O grupo midiático desempenha um
papel central em várias frentes desse processo, que fatalmente culminará na
queda de Michel Temer. Foi ele quem primeiramente tornou pública a delação da
JBS, incluindo os áudios de Temer, na coluna de Lauro Jardim. Não tardou para,
em editorial, exigir a renúncia do presidente, que ele próprio colocou no poder.
A Globo não se inclui no grupo dos inconsequentes que tiram presidentes sem
avaliar os riscos futuros. Ela sabe o que está fazendo.
Dentro deste contexto, a
avaliação vai ficando cada vez mais perigosa. Até a semana passada, Globo e
Temer estavam afinados nos discursos das reformas plutocratas. O presidente
golpista estava cumprindo seu papel de subserviência ao establishment brasileiro.
O Planalto rifava o resto de sua miserável popularidade, e a mídia tentava – em
vão - convencer a população da sua
importância. A agenda do golpe estava sendo posta em prática. Mas ainda assim a
emissora preferiu exigir a saída de Temer, esperando eleições indiretas. Por
amor à pátria é que não foi. O cenário de escolha do presidente pelo Congresso
é tão temerosa quanto a atual.
Não pretendo aqui defender a
permanência do presidente traidor. Quero temer preso. Mas temos que concordar
que vivemos dias estranhos no Brasil. Tudo soa como interesses escusos, com o
apoio da Globo: O crime perfeito dos irmãos Batista, que bilionários e livres,
administram seus negócios nos EUA; o risco de termos um presidente banqueiro e
a perseguição à imprensa livre, como no caso de Reinaldo Azevedo. E lembrem-se:
não existe perseguição boa ou perseguição ruim. Todas são péssimas.
Dessa forma, O “fora Temer” já
não basta. Não podemos, nós dessa vez, sermos a massa de manobra da toda
poderosa emissora. A pauta a ser defendida é a da “diretas já”. Porque caso
deixemos a Globo seguir com seu golpe, com o apoio desse Congresso corrupto, seremos
nós os enganados. Queremos a votação urgente da PEC das eleições diretas ou
cassação via TSE. Caso contrário a Globo ganha novamente. E o Brasil volta a
perder. Eleições diretas não é apenas o melhor caminho, mas o único a ser
defendido pela militância.
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