quarta-feira, 24 de maio de 2017

Não jogamos no time da Globo. Queremos democracia

As Organizações Globo têm uma longa influência em nossa história. Apoiou expressamente o golpe militar e a ditadura, enquanto lhe foi conveniente. Editou o debate de Lula e Collor em 1989, influenciando o resultado daquelas eleições. Liderou a mídia no linchamento público, que culminou com a deposição de Dilma Rousseff, entre outras intervenções pouco louváveis. Mas, agora, a Globo aderiu expressamente ao “fora Temer”, concordando parcialmente com o clamor popular. E o que ela pretende com isso é preocupante. E nada democrático.

O grupo midiático desempenha um papel central em várias frentes desse processo, que fatalmente culminará na queda de Michel Temer. Foi ele quem primeiramente tornou pública a delação da JBS, incluindo os áudios de Temer, na coluna de Lauro Jardim. Não tardou para, em editorial, exigir a renúncia do presidente, que ele próprio colocou no poder. A Globo não se inclui no grupo dos inconsequentes que tiram presidentes sem avaliar os riscos futuros. Ela sabe o que está fazendo.

Dentro deste contexto, a avaliação vai ficando cada vez mais perigosa. Até a semana passada, Globo e Temer estavam afinados nos discursos das reformas plutocratas. O presidente golpista estava cumprindo seu papel de subserviência ao establishment brasileiro. O Planalto rifava o resto de sua miserável popularidade, e a mídia tentava – em vão -  convencer a população da sua importância. A agenda do golpe estava sendo posta em prática. Mas ainda assim a emissora preferiu exigir a saída de Temer, esperando eleições indiretas. Por amor à pátria é que não foi. O cenário de escolha do presidente pelo Congresso é tão temerosa quanto a atual.

Não pretendo aqui defender a permanência do presidente traidor. Quero temer preso. Mas temos que concordar que vivemos dias estranhos no Brasil. Tudo soa como interesses escusos, com o apoio da Globo: O crime perfeito dos irmãos Batista, que bilionários e livres, administram seus negócios nos EUA; o risco de termos um presidente banqueiro e a perseguição à imprensa livre, como no caso de Reinaldo Azevedo. E lembrem-se: não existe perseguição boa ou perseguição ruim. Todas são péssimas.


Dessa forma, O “fora Temer” já não basta. Não podemos, nós dessa vez, sermos a massa de manobra da toda poderosa emissora. A pauta a ser defendida é a da “diretas já”. Porque caso deixemos a Globo seguir com seu golpe, com o apoio desse Congresso corrupto, seremos nós os enganados. Queremos a votação urgente da PEC das eleições diretas ou cassação via TSE. Caso contrário a Globo ganha novamente. E o Brasil volta a perder. Eleições diretas não é apenas o melhor caminho, mas o único a ser defendido pela militância.  

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