segunda-feira, 10 de julho de 2017

A pauta do golpe é a agenda neoliberal. Temer é descartável



Marcos Oliveira/Ag. Senado
Neste domingo, o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o compromisso do PSDB é com as reformas trabalhista e previdenciária e não com o atual governo. A mensagem foi clara: não importa se será com Temer ou Maia, ao partido interessa apenas impor sua agenda, tantas vezes derrotada nas urnas. Outros pilares importantes da deposição de Dilma, como a Rede Globo e o sistema financeiro já adotam a mesma postura.  Temer está isolado e vive seus últimos dias como Presidente, mas o golpe está mais vivo do que nunca.

O PSDB não demonstra mais fidelidade ao governo que ele colocou no poder e integrou até agora. Se Temer traiu Dilma para se unir aos tucanos, agora é traído pelos seus maiores aliados. Não existe honra entre os golpistas. A única coisa que realmente interessa para o partido é a sua própria proposta de governo, neoliberal e plutocrata. Pouco importa quem está ocupando o Planalto, o importante é que as reformas sejam aprovadas. O partido enfim consegue impor sua agenda 4 vezes consecutivas derrotada nas urnas, agindo como manipuladores ocultos de um governo de marionetes.

As Organizações Globo também retiraram o apoio ao governo peemedebista e aderiram com vigor ao “fora Temer”. As críticas ao Presidente são constantes em todos seus meios de comunicação, que defendem sua saída imediata. Mesmo assim, a megacorporação continua a promover a reforma trabalhista, como algo fundamental e urgente. Seguindo sua tradição histórica, também não apoia que o poder seja devolvido à soberania popular através de novas eleições. Maurício Molon, economista-chefe do Santander, e representante do sistema financeiro, também declarou que uma troca de presidentes nesse momento pode até ser positiva, caso o sucessor seja alguém capaz de promover reformas. O discurso é sempre o mesmo. O compromisso é com o golpe, não com o presidente golpista.

É irresistível a ideia de associarmos a queda iminente de Temer com uma suposta falência do golpe, mas essa linha de raciocínio está completamente equivocada. No governo Dilma, essas reformas, que retiram direitos dos trabalhadores, não seriam sequer propostas. Era necessário retirá-la do poder para que o neoliberalismo, em desacordo com a vontade popular, voltasse a orientar as ações governamentais em consonância com as grandes empresas e o sistema financeiro. Claramente, uma situação de normalidade só será possível com novas eleições gerais. Por ora, vemos um presidente sangrando publicamente dando seus últimos suspiros, antes de sua queda. Mas a pauta do golpe apenas se fortalece. 

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