Janaína Paschoal foi peça central
do jogo de cartas marcadas que destituiu Dilma Rousseff e içou ao poder Temer e
o quadrilhão do PMDB. A espalhafatosa advogada, que não esconde seu lado
evangelo-fascista em seus discursos, defende com arrogância seus argumentos
golpistas, com a imponência dos grandes juristas da história. No entanto,
aparentemente, Janaína não defendeu outra tese de uma forma minimamente
aceitável. Ela amargou a última
colocação no concurso que prestou para a USP. Não foi o desempenho da autora
que caiu: é que agora a peça foi avaliada por especialistas, não por Eduardo
Cunha.
O certame em questão foi para o de professor titular da USP,
que ofereceu duas vagas, uma delas a de Miguel Reale, co-autor da peça do
impeachment, que está se aposentando da
instituição. Janaína escolheu um tema
coerente aos seus discursos, que frequentemente associa questões jurídicas com
providências divinas: “Direito Penal e Religião – As Várias Interfaces de Dois
Temas que Aparentam ser Estanques”. Impossível não associar ao (nem tão)
célebre discurso da advogada que atribuiu ao Sagrado sua atuação no processo do
golpe. "Eu acho que se tiver alguém fazendo algum tipo de composição neste
processo é Deus", declarou, de forma infeliz, na ocasião.
Para a decepção dos apoiadores do golpe, a nota de Janaína
foi um vexame. Ela não apenas ficou com a última colocação, como também foi a
única candidata desclassificada. Janaína ficou com a nota final 6.94, abaixo de
7 (nota mínima para aprovação) e extremamente distante dos candidatos
aprovados, que obtiveram notas acima de 9. A diferença de mais de 2 pontos
demonstrou o abismo do preparo e conhecimento entre Janaína e os novos
professores titulares. Como vergonha pouca para Janaína é bobagem, a jurista
utilizou o seu twitter para informar, de forma enganosa, que “ganhou em último”
no concurso. Não, Doutora, a senhora perdeu. Foi eliminada e teve um desempenho
pífio.
Aliás, foi nessa mesma rede social que Janaína já provou
várias vezes o nível de sua paranóia, macartismo e falta de preparo técnico. Já
vimos de tudo em suas postagens: um alerta delirante de que a Rússia invadiria
o Brasil, acusações de que Lula seria dono da JBS e cobranças enérgicas ao presidente americano Donald Trump sobre a
questão da “ditadura venezuelana”. Fora
das redes sociais, a inteligência emocional nunca foi o seu forte. Basta
relembrarmos o discurso na própria USP ,onde, atordoada, gritava e rodava a
bandeira do Brasil, gritando frases desconexas. Janaína é a cara do golpe.
Ela é mesmo uma figura tragicômica do momento em que vive o
país. É a prova viva do quão desprezível foi o impeachment, que desencadeou
tantos absurdos e crimes de lesa pátria. Sua tese, patrocinada pelo PSDB, elevou
as pedaladas fiscais à condição de única prática política inadmissível, desde
que, claro, seja do PT. Janaína deixou
claro que seus conhecimentos convencem um congresso corrupto, mas são
insuficientes no meio acadêmico, nem mesmo para tirar a nota mínima. Mesmo
assim, a golpista continuará a lecionar na instituição como docente não concursada.
Que golpe nos alunos!
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